sexta-feira, 16 de abril de 2010

Ando tão a flor da pele que qualquer beijo de novela...

Então, Zeca Baleiro tem razão... quando estamos, por algum motivo, fragilizados, até beijo de novela nos faz chorar.
Bem que eu gostaria que fosse um melodrama tipo mexicano. Mas o que me fez chorar outro dia foi a triste situação dos moradores fluminenses. A dor, a perda, o desespero e a tristeza daqueles irmãos me trouxe uma consternação muito grande.
Mas, pensando melhor, agora com o distanciamento do ocorrido, tem algo muito legal que ocorreu naquele momento e continua ocorrendo. Não me interpretem mal. Continuo solidário a tragédia de nossos compatriotas.
Contudo, o que vi em algumas reportagens me deram uma renovação de esperanças quanto a raça humana. Um exemplo. Um homem, 40 anos no máximo, perdeu familiares, amigos, visinhos. Chorou sua perda e foi ao trabalho. Pés descalços, roupas molhadas da chuva, enxada na mão e a frase que resumia tudo: "não vou ficar chorando pelos meus mortos, vou trabalhar pelos vivos, ajudar no que puder" - a frase era mais ou menos essa, ou pelo menos a essência dela.
Este não foi o único exemplo. Trabalhadores que "abandonaram" o emprego para compartilhar a dor e o trabalho de resgate e recuperação dos danos. Cosinhas simples transformadas em quartéis-generais culinários onde preparavam-se quantias enormes de comida para alimentar bombeiros e voluntários. Bombeiros, policiais, médicos, enfermeiros, etc. que trabalhavam durante 24 horas consecutivas e, mesmo sem parentes, amigos, visinhos soterrados sofriam tanto quanto os atingidos.
Prestemos atenção em algumas coisas: primeiro, esse início de 2010 está sendo catastrófico em várias partes do mundo e, em especial no Brasil; segundo, tais catástrofes servem para despertar o que há de melhor no ser humano: solidariedade, caridade, auxílio descompromissado, etc.; terceiro, é tempo de dirigentes governamentais tomarem atitudes corajosas no sentido de prevenir tais desgraças.
Mas enfim, parece que o ser humano tem jeito ainda.

Um comentário:

  1. Até que enfim tu fez um blog e começou a escrever, Paulinho. Que bom! Já não era sem tempo...

    Grande abraço!

    Everton

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