Então, Zeca Baleiro tem razão... quando estamos, por algum motivo, fragilizados, até beijo de novela nos faz chorar.
Bem que eu gostaria que fosse um melodrama tipo mexicano. Mas o que me fez chorar outro dia foi a triste situação dos moradores fluminenses. A dor, a perda, o desespero e a tristeza daqueles irmãos me trouxe uma consternação muito grande.
Mas, pensando melhor, agora com o distanciamento do ocorrido, tem algo muito legal que ocorreu naquele momento e continua ocorrendo. Não me interpretem mal. Continuo solidário a tragédia de nossos compatriotas.
Contudo, o que vi em algumas reportagens me deram uma renovação de esperanças quanto a raça humana. Um exemplo. Um homem, 40 anos no máximo, perdeu familiares, amigos, visinhos. Chorou sua perda e foi ao trabalho. Pés descalços, roupas molhadas da chuva, enxada na mão e a frase que resumia tudo: "não vou ficar chorando pelos meus mortos, vou trabalhar pelos vivos, ajudar no que puder" - a frase era mais ou menos essa, ou pelo menos a essência dela.
Este não foi o único exemplo. Trabalhadores que "abandonaram" o emprego para compartilhar a dor e o trabalho de resgate e recuperação dos danos. Cosinhas simples transformadas em quartéis-generais culinários onde preparavam-se quantias enormes de comida para alimentar bombeiros e voluntários. Bombeiros, policiais, médicos, enfermeiros, etc. que trabalhavam durante 24 horas consecutivas e, mesmo sem parentes, amigos, visinhos soterrados sofriam tanto quanto os atingidos.
Prestemos atenção em algumas coisas: primeiro, esse início de 2010 está sendo catastrófico em várias partes do mundo e, em especial no Brasil; segundo, tais catástrofes servem para despertar o que há de melhor no ser humano: solidariedade, caridade, auxílio descompromissado, etc.; terceiro, é tempo de dirigentes governamentais tomarem atitudes corajosas no sentido de prevenir tais desgraças.
Mas enfim, parece que o ser humano tem jeito ainda.
Até que enfim tu fez um blog e começou a escrever, Paulinho. Que bom! Já não era sem tempo...
ResponderExcluirGrande abraço!
Everton